quarta-feira, 26 de agosto de 2009

fim


É O FIM DO MUNDO TODO DIA DA SEMANA

domingo, 23 de agosto de 2009

Marcas de um refúgio



















Viver nunca foi fácil, vencer nossos problemas e medos passam longe do que se pode nomear de simples. Vez por outra chutar as pedras que encontramos no caminho nos sangram os dedos; as barreiras impostas à nós e por nós parecem indestrutíveis; os medos e incertezas nos corroem.Tal tarefa me dá a impressão de se tornar mais árdua e inatingível quando temos uma necessidade: A de compartilhar.
Não me refiro a compartilhar como o ato de dividir dois ou três biscoitos. Falo de uma agonia que me assombra por completo, me esvazia, retira o ar dos meus pulmões. E não adianta eu tentar desviar minha atenção proutro canto. Nem Dormir funciona. Tampouco tomar aspirina. Lentamente minha necessidade cresce e me consome. E quando ela atinge seu ápice, ao ponto
de me sufocar - como nesse momento - recorro a voce.
Compartilhando contigo minhas angústias tudo fica mais claro e a distância pra vitória se encurta. Gradualmente meu vazio diminui e aquela afliçao que a pouco me sufocava cessa, dando lugar a uma tranquilidade nua. Conto-lhe exatamente tudo, dos segredos mais bobos aos vergonhosos, com a certeza que eles estarão seguros. Faço-o sem nenhum receio, nem sequer uma pontinha de desconfiança. Após dividir com você todos esses meus sentimentos, as cores ficam mais vibrantes, o vento canta mais doce, o dia amanhece dentro de mim. Digo mais: Tudo isso acontece sem que me respondas. Nem ao menos um sinal de concordância ou discórdia são necessários. Basta permitires meu desabafo.
Confesso que às vezes as palavras insistem em fugir; e assim fica mais difícil suprir minha necessidade. Na verdade, desconfio que os sentimentos é que procurem um esconderijo. Mesmo assim não hesito em continuar minha busca. Continuo não apenas porque quando desabafo contigo meus ferimentos cicatrizam, as barreiras caem e os medos desaparecem. Escrevo na esperança de fazê-lo com exatidão e deixar belas as marcas tatuadas aqui em você, folha.

Cinthia de Souza.