quinta-feira, 11 de março de 2010

Ainda com mais dedos nas mãos do que idade, olhei para a vitrine da loja de brinquedos. Ainda estava lá. Intácto. Ninguém o havia levado, e por isso podia curar parte da minha agonia sentado ali, com a roupa pintada de tinta guache azul-clara e os olhos de escura cobiça. Na ingenuidade dos meu nove anos, meu sorriso no rosto dependia de ter ou não ter aquele simples brinquedo.

E agora, que mesmo somando dedos dos pés e mãos não chega-se perto dos meus invernos vividos, percebo que continuo a mesma criança de roupa pintada, mesmo que não sejas exatamente um brinquedo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário